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Sonic 3D: Flickies' Island


Sonic the Hedgehog é uma personagem que marcou a história dos videojogos logo ao início. Na primeira metade da década de 90 o Sonic apareceu em 5 dos melhores jogos de plataformas de sempre, acompanhados por "irmãos" 8-Bit de boa qualidade e spin-offs. Até teve séries de desenho animado, bandas desenhada, etc. Resumindo, o ouriço azul apareceu e rapidamente conseguiu subir ao topo, ficando ao lado do Mário. Maior meta que essa para uma personagem não há.

Em 1995, os videojogos já começavam a gatinhar no mundo 3D com o início da 5ª geração de consolas, e como tal a Sega decidiu aproveitar-se disto e lançar a sua maior personagem neste grande mundo que era o 3D. Para isso contratou a Traveller's Tails (devem conhecê-la pelo seu excelente trabalho com os recentes jogos Lego) para este passo importante e o resultado é o (ínfame dentro da comunidade) Sonic 3D: Flickies' Island para a Mega Drive.


Apesar de este ser o primeiro jogo em 3D do Sonic, este é uma aposta diferente do que os primeiros jogos nos habituou. Ao contrário dos jogos 2D da Mega Drive, que são jogos de plataformas lineares, este jogo aposta mais na exploração dos cenários e apresenta poucas secções de plataformas. Portanto estamos perante um Spin-off, o que (na minha opinião) não é uma boa ideia para começar no mundo 3D...

Antes de entrar-mos para o jogo, somos brincados com possivelmente a pior introdução alguma vez posta num jogo. A música aqui está muito aquém do que a série nos habituou, e o visual está pobre, muito pouco apelativo. Compreendo que as capacidades Mega Drive não permitia criar um vídeo em 3D com um bom visual, mas se não dá para quê insistir? A juntar a isso, temos um ecrã de Start também pobre, com um fundo preto que tira a vida à imagem. Não é um aspecto essencial no jogo em si, mas todos os jogos do Sonic tiveram introduções excelentes...

O jogo, tal como os seus antecessores, é constituído por vários níveis (7, sem contar com o último que só pode ser acedido se as 7 esmeraldas do caos forem apanhadas), e cada nível é constítuido por 3 actos. Nada de diferente, mas a partir daqui o jogo começa a seguir caminhos indesejados...




Nos jogos anteriores o nosso objectivo em cada acto era ir do ponto A ao ponto B. Aqui é necessário destruir todos os inimigos e recolher os Flickies. Quando recolhermos todos os Flickies (5 em cada secção) temos de nos dirigir a um anel gigante e daí somos transportados para a secção ou acto seguinte seguinte. Basicamente é isto, e como é óbvio o jogo vai-se tornando secante.


Uma das coisas que torna o nosso objectivo mais difícil é que quanto recolhemos um Flickie ele fica a seguir-nos, e cada vez que somos feridos ele separa-se de nós e temos que o apanhar depressa antes que o percamos de vista. Se o perder-mos de vista temos de o procurar, sem nenhum indicador a dizer-nos onde ele está (e já me aconteceu ter Flickies a fugirem para a outra ponte da área). Nos níveis mais difíceis, quando tiverem 5 Flickies a seguir-vos e entre eles estiverem Flickies vermelhos (que saltam de um lado para o outro) e verdes (que fogem), tenham muito cuidado. Acreditem...


Já que falei dos Flickies mais vale falar dos inimigos. Aqui o jogo deixa muito, mas muito a desejar, quer em design quer em AI. Enquanto nos outros jogos do ouriço temos Badnicks que se parecem robôs e que têm designs curiosos e criativos, aqui temos Badnicks banais. Grande parte dele são animais que parecem tirados de uma série de desenhos animados para bebés (abelhas, vespas, crocodilos, etc) e canhões. E para piorar as coisas nenhum deles ataca o Sonic. Ou ficam parados na zona a voarem ou a fazerem nada ou seguem um comportamento padrão definido. Por exemplo, o crocodilo e o pinguim andam para a frente e para trás, os animais voadores voam no lugar, o coelho salta num caminho padrão, e por aí fora. Muito fracos estes robôs...


Voltando à estrutura do jogo, a exploração e salvamente de Flickies é só nos dois primeiros actos. No terceiro acto somo brindados com uma luta contra o Robotnick e as suas engenhocas, e é aqui que o jogo torna-se interessante porque são as únicas partes onde fazemos o mesmo que fazemos nos outros jogos da série. Aqui também é a única parte onde terão algum tipo de desafio justo.



Antes de passar para outro aspecto, gostaria de falar dos níveis especiais, que estão presentes neste jogo. Para os aceder temos que encontrar o Tails ou o Knuckles em cada acto e pagar-lhes no mínimo 50 anéis. Com isso feito somos transportados para uns níveis especiais que não consegue ser lá muito divertidos. O objectivo destes níveis é igual ao dos níveis no Sonic 2: Apanhar uma certa quantidade de anéis até uma certa parte do nível. Infelizmente a estrutura destes níveis é pobre: Apenas um corredor linear com uma linha de aneís e umas minas espalhadas no chão. Muito fraco...

Chegamos ao capítulo mais fatal deste jogo, que é a jogabilidade. Como já devem ter visto, o jogo apresenta um ângulo de câmara diferente para dar a perspectiva de 3D, muito parecido com o que foi feito com o Sonic Labyrinth. Eu não teria problemas com isto, já que nos dá uma boa visão da área e maior liberdade, mas estamos a falar de Sonic, uma série cujo ponto vital é velocidade e plataformas, não exploração, portanto tenham a certeza que irão chorar muito pela perspectiva em 2D dos outros jogos.


A estrutura dos níveis sofrem do mesmo problema da câmara. Dado que o jogo não é linear não somos permitidos a acelerar muito, o que torna o jogo muito lento. Para piorar, faltam as secções de plataformas que a série nos habituou até então, e as poucas que existem só servem para mostrar a mediocridade da câmara e da precisão de controlos.


Por último, os controlos. Como já disse, os controlos não são muito precisos. Basta jogarem um minuto do jogo para se verem aflitos a controlar o Sonic. Mais uma contribuição para a lentidão do jogo porque, tal como a câmara, os controlos não nos permitem correr muito rápido para não corrermos o risco de ir contra alguma armadilha ou porque não queremos parar e voltar atrás para apanhar um anel que ficou para trás (acontece muito disto aqui). E nem vale a pena falar do spin dash porque ou param e preparam o ataque muito bem ou vão falhar. Nunca uso este ataque neste jogo, só serve para fazermos figura de palhaço.

Sendo este um jogo em 3D os gráficos são um ponto de interesse para os curiosos. Contudo, apesar do nome dizer que este jogo é em 3D, os gráficos são 2D, com alguns efeitos e um ângulo de câmara já referido para dar o efeito de 3D. Apesar disso os gráficos estão muito bons para a Mega Drive. O visual tem um estilo parecido com os jogos Donkey Kong Country, com cores apelativas e vários detalhes à volta. O único aspecto negativo aqui é o chão, que são só quadrados, mas não é nada de grave.


A música, um aspecto sempre muito bem conseguido nos jogos do ouriço, aqui passa por razoável. Cada música combina bem com o seu respectivo nível, mas nenhuma é assim muito memorável. Ou melhor, o único destaque vai para o tema principal do jogo (tocada na intro), mas pelas piores razões... Deixo-vos aqui uma playlist com as músicas do jogo para tirarem as vossas conclusões.

E é isto Sonic 3D: Flickies' Island, a primeira aventura em 3D do Sonic. E deixem-me dizer que é um mau começo. A jogabilidade falha em quase tudo. A câmara e estrutura de níveis, apesar de não serem más, não não feitas para um jogo de plataformas, e os controlos deixam-nos mais frustrados do que divertidos. A música também é um aspecto que deixa a desejar. A única coisa boa são mesmo os visuais... É-me muito difícil recomendar este jogo a alguém, mas se forem fãs do Sonic ou tiverem curiosidade vale a pena experimentar (se quiserem mesmo jogar joguem a versão da Sega Saturn, que é ligeiramente melhor). Apenas não esperem a mesma grandiosidade que os outros Sonics da Mega Drive.

Como habitual, um vídeo para verem o jogo em movimento:

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