Photobucket

Prince of Persia


Quando o nome Prince of Persia é mencionado aposto que os vossos pensamentos imediatamente vão para a série das areias do tempo, desenvolvida pela Ubisoft. No entanto, antes do excelente Prince of Persia: The Sands of Time houve uma trilogia original, desconhecida aos mais novos fãs da série da pérsia. Trilogia que aloja um dos maiores clássicos dos videojogos.

Em 1989, Jordan Mechner, um "novato" no campo do desenvolvimento de videojogos, apresentou ao mundo um jogo chamado Prince of Persia, um simples jogo de plataformas e de aventura. No entanto, apesar da sua simplicidade, seria um dos jogos mais marcantes da história dos videojogos e iria apresentar uma base que mais tarde foi pegada por outros jogos de aventura como Tomb Raider.


A história do jogo é muito simples: Controlamos um prisioneiro e o nosso objectivo é salvar a princesa do vilão Jaffar, que ameaça matá-la dentro de uma hora caso ela não se decida casar com ele. Sim, já foi feito na altura, mas temos aqui um aspecto importantíssimo no jogo e que mencionarei mais tarde.





Vai ser estranho, mas tenho que falar já dos gráficos do jogo que é um dos aspectos mais inovadores. Os visuais até nem são nada de especiais para um jogo de 8-Bits, aliás até são repetitivos, mas as animações das personagens são do melhor que já vi na geração de 8-Bits e até de 16-Bits. Desde o simples andar até ao atacar com a espada, tudo muio fluído e realístico. Para os curiosos, Mechner contou com a colaboração do seu irmão para captar certas acções para aperfeiçoar as animações do jogo.


No campo da jogabilidade, os elogios que fiz ao Tomb Raider posso também fazer a este. Aqui temos uma enorme variedade de secções que estão ligadas de forma perfeita como uma corrente. Nos doze níveis do jogo temos várias secções de combate, exploração, puzzles e plataformas. Cada nível tem a sua conta de zonas escondidas, puzzles que exigem algum Backtracking, caminhos alternativos, obstáculos mortais e duelos de espada, portanto não é possível morrer de aborrecimento aqui. A acompanhar temos uns controlos precisos e acessíveis.


Uma coisa que gostaria de destacar são os duelos de espada. Até aqui muitos jogos como The Legend of Zelda e outros permitiam-nos usar uma espada, mas aqui é a primeira vez que cada combate é um duelo de 1 contra 1 onde ambos usam uma espada. É uma sensação completamente diferente e dá uma imagem mais "nobre" e clássica ao jogo, principalmente no último Boss. Além disso, para além de atacar-mos também podemos bloquear os ataques do adversário e cada passo dado num combate tem que ser bem pensado. Mais uma prova do realismo inovador deste jogo.



A juntar a isto tudo temos um nível de dificuldade elevadíssimo. Lembram-se de ter dito que a princesa tem que ser salva num espaço de 1 hora? Bem, isso não é só história. O jogo tem que ser completado em menos de uma hora ou então perdemos. Devem estar a pensar que não é problema, mas é impossível completar este jogo numa hora nas primeiras tentativas. Apesar de termos vidas infinitas, o tempo nunca é devolvido quando começamos o nível de novo. Neste jogo é necessário dar um passo de cada vez, memorizar os níveis até conseguir-mos passá-los perdendo o mínimo de tempo. Felizmente ganhamos a possibilidade de gravar o jogo a partir do 3º nível, o que ajuda muito.

Mas pensam que é só isso o que torna o jogo difícil? Bem, temos pena. Logo no primeiro nível somos confrontados com armadilhas mortais como penhascos e picos, portanto um salto mal calculado ou uma reacção atrasada pode-vos custar todo o vosso trabalho nesse nível. E à medida que o jogo avança é necessário cada vez mais rigor nos saltos e os combates tornam-se cada vez mais difíceis. Por exemplo, logo no 3º nível somos apresentados a uns esqueletos que só podem ser mortos se caírem de um penhasco, portanto não esperem piedade por parte deste jogo.


Só falta falar da música, que infelizmente é um aspecto que me deixa indeciso. Por um lado temos pequenas peças musicais muito boas e que contribuem para o tema pérsico do jogo. Por outro lado, só ouvimos música no início do jogo, no final de cada batalha e no final de cada nível, de resto silêncio, e na altura que o jogo saiu o PC arruinava a música de qualquer jogo.

Conclusão, é um clássico do PC que contribuiu para a elevação da plataforma no mundo dos videojogos e que deu início a uma grande série que ainda hoje está bem viva. Pessoalmente não o acho o melhor da série (para mim esse estatuto é para o Sands of Time) nem a melhor versão deste jogo, mas é um excelente jogo que merece ser jogado e relembrado como título de curiosidade, numa altura que a trilogia original está a cair no esquecimento entre os fãs mais recentes da série.

Para variar um vídeo do jogo:

1 comentário(s):

Pedro Lourenço disse...

Excelente regresso, com uma boa análise de um jogo um pouco desconhecido na comunidade gamer. Reconheço que sabia da sua existência, mas que pouco ou nada sabia, e agora até me deixou com um gostinho na boca. Pena ser tão difícil como dizes, actualmente estou muito preguiçoso. Mas futuramente, quando tiver mais tempo tentarei experimentar. Só tenho é de escolher a plataforma, visto que este jogo saiu depois em tudo o que era consola.

Esperemos por outra análise. Se fizeres uma por mês acho que ficaria toda a gente contente.

Abraço
Pedro Lourenço