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Alex Kidd and the Enchanted Castle - Mega Drive


Antes da Sega criar a personagem Sonic e torná-la a sua mascote, a empresa nunca teve uma mascote definitiva (embora já tenha ouvido algo sobre o Opa-Opa ser a mascote oficial na altura). No entanto, com o lançamento do jogo Alex Kidd and the Miracle World para a Master System em 1986, muitos fãs consideravam o protagonista do jogo, Alex Kidd, a mascote da Sega.

A Sega pelos vistos também pensou o mesmo, e decidiu lançar sequelas atrás de sequelas na Master System. Infelizmente, nenhuma delas seguia o original, ou seja, ficamos com 3 jogos totalmente diferentes. Aliás, o jogo Alex Kidd: High-Tech World é resultado da localização de um jogo que não tem nada a ver com Alex Kidd, ou seja, um jogo totalmente diferente apenas com as personagens do Alex Kidd, e o jogo Alex Kidd and the Shinobi World foi o aproveitamente duma ideia para um jogo da série Shinobi. Com este cenário, Alex Kidd nunca atingiu um patamar semelhante à da mascote da Nintendo, Mário.

Contudo, com o lançamento da Mega Drive, a Sega tentou mais uma vez. No entanto, desta vez fizeram um jogo de raíz a pensar no original, e consequentemente deram-nos uma verdadeira sequela do original, chamada de Alex Kidd and the Enchanted Castle. No entanto, seria este um jogo com qualidade suficiente para salvar a personagem?


Comecemos pela jogabilidade, e aviso já que neste artigo só me focarei neste aspecto. Como é comum em todos os jogos do género, o objectivo principal do jogo é evitar todos os obstáculos, apanhar todas as moedas e sacos de dinheiro que podermos, e chegar ao fim do nível sãos e salvos. Por vezes somos largados em níveis com regras diferentes, como por exemplo no 3º nível que é todo passado na água, mas nada de especial. O único destaque aqui é a variedade de temas existentes e os inimigos diferentes em cada nível (desde carros e aves até ao Jason Voorhees).


Contudo, existe um detalhe que torna este jogo (e o Miracle World) diferente e único no género. O jogo aposta imenso no clássico jogo Pedra-Papel-Tesoura. Em certos níveis é possível desafiar um gorila para um jogo de Pedra-Papel-Tesoura. A mecânica é muito simples: Temos de seleccionar a nossa opção antes da música acabar. Se ganharmos, ganhamos dinheiro. Se perdermos, levamos com uma bigorna em cima. Parece legítimo.

Mas, o que parece ser algo inofensivo, acaba por ser um ponto fatal no jogo. Não só esta mecânica da Pedra-Papel-Tesoura é usada nestes confrontos opcionais, como também nos bosses do jogo, substituindo a velha porrada comum em todos os jogos saídos até hoje. Isto... é muito mau. Sou da opinião de que o bosses deveriam ser um teste às nossas capacidades, não um jogo de sorte. Não há maneira de saltar isto, portanto se são pessoas de azar nem do 5º nível (onde está o primeiro boss) passam.


Infelizmente, existe uma outra falha no jogo: Os controlos. É fácil manusear a personagem, mas o combate está muito mal executado. É-nos dados dois ataques: Murro e pontapé aéreo. O murro é um ataque com um alcance muito baixo e muito lento, o que torna este jogo muito lento porque obriga-nos a parar e a esperar para atacar sempre. O pontapé aéreo é muito melhor, mas muitas vezes resulta mais em nós morrermos do que o inimigo morrer. E já agora, um toque de qualquer inimigo e morremos. Nem podemos saltar em cima deles, o que vai contra qualquer jogo de plataformas decente. Com isto, o nível de frustração do jogo ultrapassa qualquer barreira da paciência humana.


Alex Kidd and the Enchanted Castle, que veio numa altura crítica para a série e muito importante para a popularidade da Sega (com o lançamento da Mega Drive), não conseguiu salvar a série e isto ditou o final da personagem. O jogo não é medíocre, mas não chega aos calcanhares de outros jogos de plataformas. Os gráficos são coloridos e apelativos, e a música é muito boa, mas tudo o resto falha. O combate está muito mal executado para um jogo de plataformas e o uso do Pedra-Papel-Tesoura nos bosses finais é uma aposta péssima. Não posso recomendar este jogo a ninguém, a não ser a fanáticos pelo género de plataformas. Se quiserem ter noção do potencial da série, joguem o Alex Kidd in the Miracle World.

Como habitual, deixo aqui um vídeo para terem uma melhor noção de como o jogo é. Reparem que quem está a jogar pára e espera que os carros venham ao seu encontro para finalmente ter uma oportunidade para atacar, e reparem também na fraca eficácia do ataque aéreo quando o jogador tenta partir os baús:

6 comentário(s):

Anónimo disse...

Alex Kidd, grande clássico! Poderia sem dúvida ter sido uma mascote ainda mais significativa para a Mega Drive! Mas o que importa é que ainda existem imensos fãs desta série.

Cumps

Pedro Lourenço disse...

Morreu um pouco por causa do Sonic (se perguntarem a um gamer que não esteja dentro do retro provavelmente não saberá quem é o Alex). Na mesma, excelente análise. Poucas, mas boas! Continua, este projecto não pode morrer Craener!

Cláudio disse...

Obrigado pelos comentários.

Neste momento vejo-me obrigado a pedir desculpa pelo pouco movimento do blog, contudo estas últimas semanas têm sido um pouco puxadas com testes e trabalhos, portanto o tempo e paciência têm vindo a ser escassos. Mas não se preocupem que não deixarei isto morrer, e tentarei agora postar com mais frequência.

Até à próxima.

Pedro Lourenço disse...

Acho bem. Posso sugerir um top de jogos, por exemplo, da PSX? Seria algo muito bom. Força aí Cláudio!

Cláudio disse...

A ideia é excelente, mas infelizmente não tenho conhecimentos profundos sobre a PS1 (e outras consolas) para fazer um Top. Falta-me jogar muitos clássicos para me sentir à vontade em fazer um Top.

Mas fica a ideia registada.

arcade total disse...

show amigão, também fiz um review deste jogo, www.arcadetotal.com
grandes jogos....parabéns, abraço